Plano de classificação

Sociedade Instrução MusicalData de Produção Inicial:1910Data de Produção Final:1994Nível de Descrição:FundoNome do Produtor e História Administrativa/Biográfica:Nome do Produtor: Sociedade Instrução MusicalHistória Administrativa: "A Sociedade de Instrução Musical de Quinta do Anjo foi oficialmente fundada no dia 24 de Junho de 1921 - Dia de S. João. No entanto, existem registos de actividade musical em Quinta do Anjo, anteriores à data oficial da fundação da S.I.M..
De acordo com o depoimento do Sr. Gilberto do Vale Cipriano, entre 1909 e 1910 terá sido constituído o "Grupo dos Rapazes" ou o "Solidó", como veio a ficar mais conhecido. Este agrupamento musical com os seus instrumentos de cordas soltou os primeiros acordes.
A sede do "Solidó" era na, então, Rua Francisco Salvador, no pátio de uma casa, - propriedade do Sr. António da Silva Quaresma - conhecido na altura pelo "Pátio do Quaresma". Os ensaios eram feitos no "Armazém do Quaresma", que ficava na Aldeia de Cima, com o referido pátio à frente. Mais tarde, em 1930 / 1931, esta casa passou para a propriedade do Sr. Viriato Carvalho, donde se passou a chamar "Pátio do Viriato", como ainda hoje é conhecido.
Integravam o grupo "Solidó", como membros fundadores, os já falecidos, Alfredo Cardoso Martins, José Ricardo Xavier, José Luís Cipriano, Manuel Cardoso Martins, Francisco Ricardo Xavier, António Caldeira, Joaquim António Botelho, António Cardoso, Adelino José do Vale, entre outros.
O Regente do Grupo terá sido o Sr. J. Tavares, segundo um apontamento da relação dos Regentes e Maestros que conduziram a actividade musical na Quinta do Anjo - desde os primórdios até aos nossos dias - gentilmente cedido pelo Sr.Gilberto Cipriano.
Nesta altura, na actividade cultural do Grupo, para além da prática musical, tinham também lugar os Teatros de Variedades, os Bailes, as "Cançonetas", a Escola de Música e os jogos de mesa.
Com o advento da I Grande Guerra, muitos dos seus elementos seguiram para França, onde combateram, - alguns morreram lá - e o Grupo atravessou um período de inactividade.
Por volta de 1918 / 1919, o Regente Zósimo (ou Zófimo ?) Cabecinha reactivou o "Solidó", seguindo-se-lhe Isidoro de Oliveira e Silva, em 1919 / 1920 e João da Costa Venâncio, mais conhecido pelo Bailarico, que por essa altura constitui o "Grupo de Instrução Musical", já com vistosa farda.
A sede continuava a ser no "Pátio do Quaresma".
No dia 24 de Junho de 1921 - Dia de S. João - é fundada a Sociedade de Instrução Musical (S.I.M.), com Banda e respectiva farda.
A Direcção era constituída por Alfredo Cardoso Martins, Presidente, por José Luís Cipriano, Secretário, por Isidro Cardoso de Sousa, Tesoureiro e por António Caldeira, Vogal.
A actividade cultural da Sociedade mantinha os mesmos contornos do tempo do "Solidó", enriquecida com as actuações da Banda Filarmónica, da projecção de Cinema, das Excursões e das "Saídas" para "abrilhantar" Festas nos arredores.
Na data de fundação da Sociedade, era o Maestro Saldanha que regia a Banda Filarmónica. Em 1925 o cargo passou a ser ocupado por António Júlio da Costa Reis; mais tarde, a partir de 1928 foi Doménico Eduardo Maia.
Os ensaios continuavam a ser feitos no "Pátio do Quaresma", que por volta de 1930 / 1931 passou a denominar-se "Pátio do Viriato", como já foi referido.
O início da construção da nova Sede teve lugar por esta altura, vindo a concluir-se em 1938, onde hoje se encontra, na Rua João de Deus em Quinta do Anjo.
Em 1944 passou a Regente da Banda o Sr. José Pinto Rodrigues. Dois anos mais tarde, ocupou o cargo Carlos Soares de Oliveira. No ano seguinte, em 1947, foi a vez de Serafim Nunes Chamusca. Depois, desde 1949 a 1977, o Maestro da Banda Filarmónica da S.I.M. foi novamente o Capitão José Pinto Rodrigues.
Durante este período, a Banda atingiu meritória craveira artística nos anos de 1960 e 1971, tendo obtido os primeiros prémios, respectivamente nos I e II Grandes Concursos Nacionais de Filarmónicas e Bandas Civis (2ª categoria).
De 1977 a 1984 a condução da Banda esteve a cargo do Major Idílio Martins Fernandes. Desde 1983, iniciando o seu trabalho com a "Bandinha" dos meninos, até Setembro de 1994, ocupou o lugar de Regente da Banda, José Manuel Marquês de Sousa. A partir de Outubro de 1994, Henrique Jonas Simões Piloto dirige a Banda Filarmónica da S.I.M. A Orquestra Ligeira é actualmente conduzida por Carlos Cardoso e José Faustino.
Em 1994 é inaugurada a nova Sede, num espaço contíguo e integrado no do velho edifício, mas com amplas instalações de grande qualidade, graças ao esforço da nova Direcção da Colectividade, presidida por Joaquim Simões." (in Programa de Recuperação de Arquivos de Interesse Municipal,vol.I, 1996)
História Custodial e Arquivística:Fundo de Interesse Municipal, alvo de inventário no âmbito do PRAIM - Programa de Recuperação de Arquivos de Interesse Municipal em 1996. A documentação descrita encontra-se na instituição proprietária e não no Arquivo Municipal.
Segundo o Programa de Recuperação de Arquivos de Interesse Municipal,vol.I, 1996:

"Descrição sintética do fundo documental
A documentação de arquivo da Sociedade de Instrução Musical de Quinta do Anjo encontra-se distribuída por dois locais distintos, a saber, o Compartimento de Arquivo - espaço exíguo, sem condições funcionais - e a Sala da Direcção.
De um modo geral, as condições de acondicionamento e preservação da documentação, estão longe do que se poderia considerar satisfatórias, havendo a referir alguns vestígios de humidade e da actividade do bicho do papel no Compartimento de Arquivo. Durante uma breve visita pelas antigas instalações, encontrámos um caixote de papelão num dos compartimentos anexos ao palco, contendo documentação diversa, datada da década de 70, que transportámos e inventariámos em conjunto com o restante espólio depositado no Compartimento de Arquivo.
Sala da Direcção (SD)
A Sala da Direcção tem a dimensão de 3,50 m por 4,50 m. Tem iluminação natural e iluminação artificial fluorescente. Não tem vestígios de humidade e não há vestígios de bicho do papel. O arejamento do espaço pode ser feito por uma janela com 0,75 m por 1,05 m.
Na sala encontram-se dois armários de madeira e um armário de metal com prateleiras. Um dos armários de madeira tem 1,65 m (alt.) por 0,90 (frt.) por 0,45 m (fnd) com sete prateleiras e duas portas de madeira; o outro tem 2,25 m (alt.) por 1,10 (frt.) por 0,37 m (fnd) com seis prateleiras e duas portas de madeira e outras duas de vidro; o armário de metal tem 1,90 m (alt.) por 0,90 (frt.) por 0,40 m (fnd) com cinco prateleiras. A dimensão total do volume do espólio nas prateleiras é de cerca de 0,65 m.
A acessibilidade e possibilidade de devassa estão condicionados pois o espaço tem porta com chave, normalmente pendurada no chaveiro do Bar.
O espaço é utilizado para reuniões de Direcção da S.I.M.
O número total de livros é de 2 e o número total de pastas de arquivo é de 6. Os maços de documentação não encadernada somam 0,11 m. O espaço não se encontra esgotado e não existia inventário prévio da documentação existente.
Compartimento de Arquivo (CA)
O Compartimento de Arquivo tem a dimensão de 1,38 m por 0,87 m. Não tem iluminação natural mas tem iluminação artificial incandescente. Tem alguns vestígios de humidade e alguns vestígios da actividade do bicho do papel. O arejamento do espaço só pode ser feito pela porta de entrada.
Não existem quaisquer armários ou prateleiras; a documentação encontra-se amontoada no chão, dentro de caixotes de madeira, de papelão e nos próprios dossiers de arquivo. A dimensão total do volume do espólio existente é de cerca de 5,35 m.
A acessibilidade e possibilidade de devassa estão condicionadas pois o espaço tem porta com chave, normalmente pendurada no chaveiro da Sala da Direcção.
O espaço não é utilizado para quaisquer outros fins.
O número total de livros é de 24 e o número total de pastas de arquivo é de 25. Os maços de documentação não encadernada somam 0,50 m. Há a referir a existência de uma caixa de madeira contendo um imenso e indeterminado número de pequenos rolos de documentação diversa, amarrados com pequenas fitas de tecido, datadas, numa primeira análise, das décadas de 40 e 50. O espaço não se encontra esgotado e não existia inventário prévio da documentação existente.
Últimas Considerações
Sugere-se um melhor acondicionamento e organização do material de arquivo, o que requeriria o depósito do referido espólio em local que oferecesse melhores condições e, na sua maioria, a renovação dos suportes (pastas de arquivo e armários metálicos), dado o avançado grau de degradação em que algum do material se encontra.
Temos ainda a referir que, segundo o Sr. Gilberto Cipriano, foram destruídas as pautas de música da "Orquestra Tic-Tac" (rumbas, swings, etc.) que datavam de 1941 a 1944.
À excepção de pastas de arquivo contendo recibos/facturas, não foi efectuada qualquer selecção prévia da documentação apresentada no Inventário anexo.
Dada a evidente ausência de uma organização e catalogação do fundo em causa, bem como a inexistência de estruturas físicas e funcionais que permitam a consulta dos documentos com um mínimo de regras e condições de segurança, sugere-se que se salvaguarde a integridade do fundo documental até que o trabalho de organização, catalogação e restauro se encontre concluído. Em suma, nas presentes condições o fundo documental não deverá ser aberto á consulta pública sob o risco de se verificar o extravio ou destruição de importantes espécimes, dada a ausência de controlo e condições de trabalho de consulta."

Em 21/08/3013, foi celebrado um Protocolo de Colaboração entre a Sociedade e o Município de Palmela, com o objetivo de digitalizar a sua documentação histórica.

Fotografias da Sociedade também foram digitalizadas.
Código de Referência:PT/AMPLM/AEE/SIM